15. Toponímia de acidentes humanos de Paranaíba-MS: marcas de religiosidade
Resumo
Este trabalho discute os resultados parciais da pesquisa de Doutorado em desenvolvimento que tem como objetivo mais amplo o estudo de marcas de religiosidade na toponímia de acidentes humanos rurais do estado de Mato Grosso do Sul. Neste estudo, são considerados como diretrizes para a análise semântica o modelo taxionômico de Dick (1990; 1992), os aspectos linguísticos da teoria dos referenciais toponímicos de Dick (1997), ampliada por Isquerdo e Dargel (2020), e o estudo extralinguístico dos nomes de lugares, com vistas à recuperação de possíveis causas denominativas dos topônimos. Para tanto, foram analisados 77 nomes de localidades rurais (fazendas, chácaras, sítios, retiros e estâncias), extraídos do Sistema de Dados do Projeto ATEMS que armazena a toponímia oficial dos 79 municípios do Estado coletados dos mapas do IBGE em escala 1:100.000. Os resultados do estudo apontam para a predominância de hagiotopônimos com 60 registros (78%), sendo São José o de maior frequência. Dentre os demais foram computadas 15 ocorrências (19,4%) de hierotopônimos, dentre os quais, Nossa Senhora Aparecida é o mais produtivo no âmbito dessa taxe toponímica; um caso (1,3%) de mitotopônimo – Iara; além de um registro de uma taxe de natureza física, com um referencial religioso: astrotopônimo (1, 3%) – Estrela Guia. Portanto, entendeu-se que a análise pautada nos mecanismos semânticos se mostrou eficaz para apurar marcas de religiosidade na toponímia – hierotopônimos, hagiotopônimos e mitotopônimos.