04. Caminhos para uma hiperedição: dossiê de carta aberta a um amigo (sobre um livro de polemica do Snr. Basílio Castro), de Eulálio Motta
Resumo
A filologia, em seu longo percurso, vem refletindo sobre seu objeto, método e perspectivas teóricas para aprimorar a sua prática. Dependendo do tipo de texto e de edição, seu olhar e metodologia precisam ser adaptados, de forma a melhor atender as necessidades do documento que se edita. Assim, no contexto atual, as discussões filológicas, assim como outras áreas de humanidades, têm se voltado para o universo digital, repensando a forma de editar e de publicar os documentos, buscando transcender a visão de texto como elemento apenas alfanumérico e percebendo-o como um conjunto, que engloba materialidade, produção e recepção. O meio digital, nesse sentido, vem como um novo paradigma de edição de textos, proporcionando ampliação de sentidos, dinamismo, múltiplas conectividades, mapeamento de relações documentais e exploração de diversos níveis do documento que, anteriormente, eram dificultados pelas limitações tecnológicas. Neste trabalho, discute-se a necessidade de, como filólogo, adentrar no meio digital; além de discutir, nesta perspectiva, a transição da filosofia da área, indo do modelo arborescente para o rizomático; e apresentar um dos principais passos metodológicos para a elaboração de edições digitais: o dossiê, elaborado a partir do rascunho Carta Aberta a um amigo (Sobre um livro de polemica do Snr. Basílio Castro), escrito no caderno Farmácia São José, pertencente ao acervo de Eulálio Motta.