33. Linguagem, corporeidades e docilização de subjetividades no espaço escolar: dos corpos dissidentes
Resumo
Foco da pesquisa da dissertação de mestrado em andamento, as formações discursivas perpetradas no espaço escolar com vistas ao silenciamento e à negação da dissidência de gênero e sexualidade, este artigo tem como principal objetivo tecer discussões acerca da importância da linguagem no processo de docilização de corporeidades e subjetividades. Para tanto, este estudo estruturou-se em uma abordagem atravessada pelos Estudos Culturais no tocante aos Estudos Subalternos e aos Estudos Queer e costuradas a partir das teorias althusseriana e foucaultiana referentes à docilização e se uma breve revisão literária, consubstanciada por uma pesquisa bibliográfica de cunho descritivo-exploratório e de natureza qualitativa, viabilizada por bases de dados eletrônicas, repositórios acadêmicos e livros. A organização do espaço, os instrumentos pedagógicos, as formações discursivas que atravessam o processo educacional dentro do ambiente escolar são elementos constitutivos de uma ideologia focada na hierarquização de corpos e na manutenção de poder por determinados sujeitos a partir da docilização de corporeidades. Por meio de mecanismos de controle – do currículo às formações discursivas docentes –, a escola se corrobora enquanto aparelho ideológico do Estado, sobretudo pela normalização e disseminação de uma heteronorma como padrão de comportamento, promovendo silenciamentos e negações várias.