18. A linguagem crítica e realista de Graciliano Ramos: um ensaio analítico do discurso literário presente em “Vidas secas”
Resumo
Graciliano Ramos, em suas obras, apresenta ao leitor uma linguagem realista do mundo que o cerca, não poetizando a dor e a luta de um povo sofrido que busca incansavelmente sobreviver. Sua narrativa é seca e crítica. Deste modo, surgiu o interesse em analisar se tal escrita poderia estar contida nas escritas de si, ou se sua composição se aproximaria mais do gênero narrativo ficcional, tendo em vista que o mundo contemporâneo, declaradamente, tem preferência pela exposição social. Nesse sentido, tendo como objeto de análise a obra “Vidas secas”, busca-se respostas a respeito do quanto as memórias do autor influenciaram a criação da obra em tela, e se tal influência poderia ser classificada como autobiografia ou autoficção. O problema do artigo é: “Como identificar a presença das memórias de Graciliano Ramos no discurso literário presente em ‘Vidas secas’, reconhecendo as escritas de si como autobiografia ou autoficção?” O objetivo é analisar a obra e revisitar as memórias vividas pelo autor, observando a inter-relação entre a linguagem textual e os episódios vivenciados pelo autor em sua juventude, identificando traços de uma autobiografia ou de uma autoficção. Vale-se de metodologia qualitativa mediante pesquisa bibliográfica da obra de Graciliano Ramos, bem como de autores que estudam os vieses da Literatura e da Filosofia nas escritas de si, no espaço biográfico, do pacto autobiográfico, entre outros. E, também, de pesquisadores dos gêneros narrativos e das obras de Graciliano Ramos, assim como pesquisa em artigos e publicações disponíveis na internet.