Chamada/Dossiê

Dossiê: Novos estudos em História da Língua Portuguesa: Novas abordagens para uma redefinição da periodização linguística do português

Muitas e variadas propostas para a periodização do português têm sido apresentadas por renomados estudiosos, que procuram identificar os sucessivos ciclos por que passou a língua portuguesa desde sua instituição, com a fundação de Portugal, até a escrita camoniana, que tem sido considerada o português moderno. Alguns autores propõem duas fases na divisão da língua: a fase arcaica (do século XII ao século XVI) e a fase moderna (do século XVI em diante). Atualmente, porém, autores como Castro (2013; 2006), Mattos e Silva (2007; 2004; 2001), Bechara (1991; 1985), entre outros, dividem o português arcaico em dois períodos: um que vai de 1100 até o meado do século XIV e outro que vai dessa data até o surgimento do texto camoniano, no século XVI, e denominam essa segunda fase da Época Histórica de português pré-moderno (ou pré-clássico ou médio).

De fato, são muitas e de diferentes naturezas as particularidades do português que afloraram no final da fase arcaica – uma fase arcaica média ou intermediária, cuja data não se pode precisar, mas que se pode elucubrar como sendo entre o meado do século XIV e final do século XV (ou início do século XVI). Comentando sobre os dois períodos a que se refere Teyssier em sua História da língua portuguesa (a saber, o “arcaico”, que vai até Camões, e o “moderno”, que começa com ele), e que representam a proposta corrente nos muitos tratados, Evanildo Bechara (1985, p. 7) nos alerta para o fato de “que quem lida com textos antigos, lendo-os cronologicamente, percebe com facilidade o quanto elástico se mostra esse período arcaico, em cujo espaço se compreendem fenômenos linguísticos tão distintos”.

Ivo Castro (2013) concebe um português antigo e um moderno, sendo que entre eles houve um português intermediário, em que se deu uma transição de duração acentuada. Também Bechara (1991) comenta sobre a fase arcaica média, afirmando que “esta fase se caracteriza pelo seu aspecto de transição, onde alguns fenômenos correntes na fase anterior, ainda que persistindo, já denunciam acentuada tendência de mudança” (BECHARA, 1991, p. 69-70).

Visando aprimorar a história da língua portuguesa, tornando-a mais clara e conveniente quanto às fases da sua Época Histórica, este segundo dossiê propõe reunir produções que discorram sobre as abordagens existentes para uma conveniente proposta de periodização da língua portuguesa ou uma consistente reflexão do que se pode considerar uma segunda fase, em que se dá a emergência de uma língua, que não é propriamente o português arcaico (ou galego-português), nem o português moderno (ou camoniano), mas, sim, um momento de transição entre essas duas modalidades da língua. Logo, os organizadores deste dossiê esperam receber artigos que apresentem novas perspectivas, descrevam e analisem, de forma crítica e epistemológica, as diversas propostas de periodização da língua portuguesa e apresentem dinâmicas que possam contribuir para a identificação do português usado entre os séculos XIV e XVI.


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Leonardo Ferreira Kaltner (UFF) – leonardokaltner@id.uff.br

Mario Botelho (FFP-UERJ) – jomartelho@mail.com

Paulo Osório (CLUL-PT e UAb-PT) – paulo.osorio@uab.pt

 

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