151. Os signos poéticos dos povos originários nas narrativas infantojuvenis de Murué Suruí e Geclésio Guajajara
Resumo
Esse trabalho consiste na realização de leitura e análise crítica dos livros “No tempo em que os animais falavam”, de Geclésio Vituriano F. Guajajara (2019), e “As histórias dos índios Aikewára”, de Murué Suruí (2011). A proposta vai de encontro à importância de se discutir a contribuição da produção literária indígena associada especificamente à literatura infantojuvenil. Intentamos também refletir sobre a importância das histórias dos povos originários na formação cultural dos leitores brasileiros. Nossa metodologia é a pesquisa teórica bibliográfica e dentre os pensadoras que dão base para nossas análises estão Antônio Cândido, Darcy Ribeiro e Daniel Munduruku. É possível observar traços específicos das obras analisadas resumidas em dois aspectos: do ponto de vista temático, as narrativas literárias indígenas apresentam-se sempre do ponto de partida do real, refletindo valores importantes para todos os seres humanos, dentre os quais o respeito à natureza; do ponto de vista formal, a maior parte das narrativas indígenas classificadas como infanto-juvenis apresentam a ideia de metamorfose entre os seres como pontos-chaves da técnica do enredo, aproximando-se de estratégias narrativas tradicionais de outras partes do mundo.