19. Por uma crítica textual (ecdótica) do rizoma: questões em torno do estabelecimento de textos

Autores

  • QUEIROZ, Mario Cesar Newman de (UFRRJ)

Resumo

     Neste artigo – após repensar questões conceituais de base da crítica textual (ecdótica), como a de sujeito autoral, linhagens de leitores, natureza dos textos literários, em artigos anteriores (QUEIROZ, 2005, 2007, 2009, 2012) – busca-se estudar novas maneiras de se pensar o trabalho e a importância da ecdótica. Ao reconsiderarmos a questão do autor para fora do individualismo moderno, contemporâneo, e concebermos o autor como uma função do texto, noções sempre obscuras que direcionam o trabalho filológico na ecdótica, como a de reconstituir o texto em conformidade com a vontade autoral, deixam de se fazerem importantes. Isso, no entanto, não esvazia a importância do trabalho de estabelecimento de texto. A questão, que é um dado texto x?, persiste. E ressalta a importância de se identificar as linhagens de leituras, as variantes de apresentação do texto. No entanto, ao pensarmos assim a ideia de sujeito autoral, pomos em xeque a própria noção tradicional de texto como unidade pacificada ou pacificável por um esforço disciplinado de crítica filológica. A árvore estemática, com que o filólogo busca apontar para a lição definitiva ou melhor, deve ser repensada em função de um rizoma textual construído com os desejos de diversos agentes, leitores, editores, copistas, resenhadores, filólogos. Para bem longe de uma crítica textual prescritiva, consideramos importante o trabalho filológico do levantamento das variantes e diferentes edições para flagrarmos os textos literários em sua riqueza rizomática. Neste movimento confluímos para o exercício crítico que vem desenvolvendo os medievalistas da New Philology

Palavras-chave:

Crítica textual. Ecdótica. Estabelecimento de textos.

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Publicado

15-08-2019

Edição

Seção

Artigos