49. O dialético amor como estrutura de proteção no Livro I e IV da “Eneida”
Resumo
Este artigo se propõe a apresentar a epopeia latina “Eneida” e analisar como o amor, nos livros I e IV, organiza-se como uma estrutura de proteção divina que se articula em prol do herói Eneias. Para isso, são abordadas as questões gerais sobre o texto e seu contexto, como quem e quando o escreveu; as características da epopeia e do gênero épico; e a relação, pertinente à “Eneida”, que existe entre a cultura latina e a cultura grega. Nesse sentido, este artigo foi divido em dois momentos, ambos com dois tópicos a serem elaborados. No primeiro momento, “Entre literatura e realidade”, pretende-se traçar o panorama geral em que literatura e realidade convergem e conversam. Assim, contextualizando o leitor sobre quais características textuais a “Eneida” é formulada, a partir de quê fora escrita, em que momento histórico estava inserida e como se relaciona com os textos de Homero e a tradição grega. No que tange ao segundo momento, “A armadilha de Vênus”, tem-se a análise da deusa latina e de seu filho Cupido, as personificações do amor, durante o livro I no tocante ao semideus Eneias. Ainda, é apresentado o amor na sua faceta substancial, aquela em que não está associada a nenhum destes personagens da trama, e sim, ao sentimento de forma abstrata ecomo o efeito deste é descrito e encarado pelos deuses. Com isso, a fim de proporcionar uma maior facilidade de visualização do leitor sobre o objeto em que se está analisando, trechos que descrevem, no texto, o contexto em que o herói está inserido e o papel do amor são reproduzidos ao longo desta segunda etapa do artigo.