55. O processo da (inter)subjetividade em um corpus escrito – redações modelo ENEM
Resumo
Dias (2013) advoga, com base em Benveniste (1956;1958), que sem falante e/ou escrevente não há subjetividade e ressalta, ainda, que esse processo de subjetivação foi, cada vez mais, se abstratizando até que o falante/escrevente começou a lançar suas atitudes e intenções no ato da linguagem. Nessa perspectiva, com o intuito de perceber a (inter)subjetivação em redações do tipo dissertativo-argumentativo, propomo-nos a analisar como as Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas, instanciadas pelo esquema [Vligação+Pred+OSSSubj], em um corpus escrito formado por redações produzidas por alunos pré-vestibulandos, com foco no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Assim, a nossa análise se concentra, sobretudo, na observação de como está demonstrada a (inter)subjetividade no último parágrafo do texto, em que o escrevente, a rigor, apresenta a conclusão sobre a problemática sugerida e, além disso, desenvolve uma proposta para findar o que foi discutido ao longo da redação. Com isso em mente, selecionamos dois temas desse exame para análise: (i) o histórico desafio de valorizar o professor; e (ii) o abuso de poder e de autoridade no Brasil. Cada tema está presente em 100 (cem) textos analisados, resultando um total de 123 (cento e vinte e três) ocorrências com 15 (quinze) predicativos diferentes encontrados no tema (i) e 21 (vinte e um) predicativos diferentes encontrados no tema (ii), preenchendo o slot [pred] da construção [Vligação+Pred+OSSSubj].