07. Encontros violentos na literatura contemporânea: discursos em “A queda do céu” e “Brother, I’m dying”, de Davi Kopenawa e Edwidge Danticat
Resumo
Neste artigo, discutimos os encontros violentos em A Queda do Céu (2015), de Davi Kopenawa e Bruce Albert, e Brother, I’m Dying (2008), de Edwidge Danticat. O corpus literário traz evidências na narrativa para demonstrar como estes encontros violentos possuem formas distintas de expressão, as quais continuam a acontecer de maneira desenfreada e altamente sofisticada, adequando-se a novas realidades no mundo contemporâneo. O arcabouço teórico trata, sobretudo, dos conceitos de colonialidade e subalternidade, pois os povos indígenas e haitianos imigrantes ainda lidam diretamente com as consequências do colonialismo e são postos na posição de subalternos que nunca falam por si mesmos. O sofrimento e a humilhação apresentados através destas obras demonstram a veemente desumanização desses corpos, numa tentativa de denúncia e de trazer reconhecimento para o que vivem. Além disso, aqui o espaço é dos sujeitos que narram suas experiências de opressão, pois eles assumem suas próprias histórias e experiências, sem que homens brancos em posição de dominação os descrevam e falem deles por eles. Desmontamos, assim, uma lógica construída no silenciamento e apagamento de povos que muito contribuem com suas visões de mundo para vislumbrar um futuro que nos pertencerá.