10. Discutindo a gramática do português brasileiro a partir da novela “A Língua de Eulália”, de Marcos Bagno (2000)
Resumo
A presente pesquisa parte de uma análise crítica e discursiva dos aspectos sociolinguísticos minuciosamente discutidos nas dependências da obra intitulada “A língua de Eulália: Novela Sociolinguística” de Marcos Bagno (2000), ambicionando a desconstrução do perfeccionismo – também apresentado nesse trabalho como preciosismo, instalado no falar português brasileiro, essencialmente pelos falantes da norma culta, além de revisar sistematicamente as concepções bagnianas acerca do pedantismo linguístico e as reconfigurações reestabelecidas pelo o autor. Sendo assim, compreende-se como principal objetivo desse trabalho levantar, discutir e revisar ideias contidas na obra tida como corpus textual da referida pesquisa com base nas perspectivas linguísticas dos respectivos teóricos: William Labov (2008); Eni Puccinelli Orlandi (2001); Ferdinand de Saussure (2008); Marcos Bagno (2000), dentre outros. No que se refere aos procedimentos metodológico, por trata-se de uma revisão de literatura, esta pesquisa debruça-se sobre materiais bibliográficos, tais que auxiliaram na intercalação e contrastes de pensamentos entre os diferentes autores seletos para composição do aporte teórico desse trabalho, sobretudo no que diz respeito aos aspectos pautados na obra analisada. Com isso, identificou-se que há uma idealização de uma língua única e a primazia pelo culto, o que faz surgir, consequentemente, o que Marcos Bagno (2000) nomeia por preconceito linguístico. Assim, na busca de solução ao problema apresentado, obtêm-se como resultados desta investigação a restauração dos princípios comunicativos que foram abstruídos pelos pedantismos gramaticais, bem como analogias referentes ao que são hoje, equivocadamente, considerados erros da fala, quando na verdade existe fundamentação teórica e histórica sustentando respectivas situações.