48. Análise semiótica do personagem “Luciraldo” – “Deus por trás das câmeras” – e o simbolismo do arquétipo de “Lúcifer” presente na cultura popular”
Resumo
Na obra do cartunista Carlos Ruas: “Deus por trás das câmeras”, observamos uma representação do estereótipo de “Lúcifer” pautado no imaginário ocidental. Para realização desta análise utilizaremos os conceitos e metodologias da teoria semiótica, pautadas em Peirce e as ideias de Paul Tillich sobre signo e símbolo. Segundo Peirce (2005), a semiótica pauta-se nos estudos sobre as representações, sobre os dizeres que determinado objeto propõe para determinado público. Observamos que a representação simbólica do “diabo” não é pautada apenas na representação física do personagem com base na tradição ocidental (vermelho, com cifres, rosto horripilante e outros), mas também em determinadas atitudes. O foco deste trabalho é uma leitura da imagem do diabo segundo a versão de Carlos Ruas. Para Eisner (2006, p. 19) “é a memória de um objeto ou experiência gravada pelo narrador fazendo uso de um meio mecânico (fotografia) ou manual (desenho)”, criada no imaginário popular e representada na obra “Deus por trás das câmeras” do Carlos Ruas. Tillich retrata estas representações nas suas pesquisas sobre signo e símbolo, relata esta conexão entre os signos e as interpretações propostas.